Queremos agradecer a toda Equipe da Folha de Pernambuco pela oportunidade de Mostrar que construir um novo mundo ainda é possível através da arte, e de trabalhos como o nosso, estão de parabéns pela cobertura nas comunidades do Recife e por valorizar o trabalho dos coletivos nas periferias.
Confira mais sobre a matéria abaixo:
Trabalhando com as cores para construir o futuro. É nesse prisma que o Movimento Social e Cultural Cores do Amanhã realiza oficinas no bairro do Totó, nas proximidades do Complexo Prisional Aníbal Bruno, na Zona Oeste do Recife. Embora o cenário não seja dos mais apropriados, já que é circulado pelo presídio e pelo Cemitério Parque das Flores, as atividades ganham cada vez mais cores, demonstrando que não existem barreiras para transformações sociais. O grupo foi formado em março de 2009 e é composto por artistas plásticos e arte-educadores, com o objetivo de atender crianças, adolescentes, jovens moradores da comunidade. Lá, são realizadas atividades que acarretem na inclusão social, formação e participação cidadã.
Boris, Léo, Gleice, Tati, Jouse e Florim
“Moramos em uma vila que tem um presídio. Sendo assim, vimos muitas crianças se vendendo para isso. E também vimos muitos meninos sendo presos”, contou Jouse Barata, coordenadora do movimento. Os trabalhos começaram no terraço da casa dela, na rua Carolina Martins Sobral. Nesse período as atividades eram realizadas somente nos fins de semana, com oficinas de pintura, desenho e festas em datas comemorativas. Mas a demanda de crianças foi aumentando, e com ela, o reconhecimento do trabalho dentro da própria comunidade.
O cenário dos jovens do Totó era bastante diferente do que o visto atualmente, já que existe a carência de atividades e equipamentos públicos para ocupar o pós-aula das crianças, gerando um tempo ocioso. Mas hoje os jovens contam com as oficinas realizadas pelo movimento, sendo 15 alunos por turma, nos três turnos do dia, todos os dias da semana. Artesanato com reciclagem, arte em gesso, grafitagem, teatro e informática são algumas das oficinas oferecidas pelo Cores do Amanhã. “Não temos restrições. Tem uma turma de informática com uma senhora de 81 anos, junto com crianças de 14”, revelou Jouse.
Além das oficinas, o movimento já realizou atividades por vários cantos do Recife, inclusive na Funase, onde continua com oficinas de grafitagem para os internos. “Foi porque vimos muitas crianças daqui serem levadas para lá que resolvemos realizar nosso voluntariado. Algumas pessoas acham que quando eles saem de lá não querem fazer nada, mas é o contrário, chegam aqui com sede das nossas atividades”, disse. Grande parte dos instrutores do Cores do Amanhã são da própria comunidade, mas as pinturas espalhadas pela Cidade fizeram com que membros de outros bairros se interessassem e agora eles também compõem o corpo de voluntários.
Graffiteiras: Gleice, Dinha e Jouse Barata
Jouse e Gleice no momento da matéria
Graffiteiros: Florim, Boris e Léo Tavares
Se o apoio transcendeu os limites do Totó, as cores seguiram o mesmo rumo. Em uma premiação ganha em 2010, o Cores conseguiu fundos para comprar uma Kombi de segunda mão, denominada Cores Móvel. Com esse veículo é possível atender aos chamados longe da sua sede. Esses chamados são o combustível do movimento, que vive na base do escambo cultural.
Graffiti Florim e Charada
Por exemplo, quando foram convidados para fazer uma pintura em uma biblioteca, depois de concluída a arte, eles receberam estantes e alguns livros. E é nessa base que o trabalho segue, movido pelo desejo de jovens em ampliar os sonhos de construir um País mais justo e digno para as novas gerações.
Confira no Site da Folha:
http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arquivos/2011/outubro/3392.html
http://www1.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/noticias/arquivos/2011/outubro/3392.html